(Englosh version above)
(Este artigo foi inicialmente publicado, ligeiramente modificado, na revista Cães e Companhia nº 175, Dezembro 2011)
O Natal é tradicionalmente uma época de paz, alegria e… cachorros como presente?
Será que é boa ideia oferecer um ser vivo em épocas festivas, sobretudo quando é uma surpresa para quem o irá receber? Este texto procura abordar algumas questões relativas à aquisição de um cachorro, sob um ponto de vista talvez um pouco menos tradicional.
Há criadores e criadores
Todos nós reconhecemos que os médicos não são todos iguais, uns são melhores e mais eficientes no seu trabalho e outros piores. Também sabemos que há bons e maus mecânicos, canalizadores que conhecem o seu trabalho a fundo e outros que só andam a “tapar buracos”, etc. No entanto, no colectivo popular os criadores de cães parecem estar todos “enfiados no mesmo saco”; há uma tendência para se pensar que todos só querem criar o máximo de animais ao menor custo para tirar o máximo de lucro ao longo da vida das pobres das cadelas. Mas quem se dedica à criação de cães pode fazê-lo por uma variedade de razões, que indubitavelmente irão afectar o resultado final.
Incontestavelmente, há criadores que efectivamente se dedicam a criar cães com o objectivo claro de ganhar dinheiro, em que procuram maximizam a vida reprodutiva dos seus animais (independentemente da sua saúde, património genético ou qualidade) ao menor custo possível, de forma a maximizar a sua margem de lucro. São criadores que não se preocupam com o destino final dos seus cachorros, desde que sejam vendidos, e que aproveitam ao máximo a compra por impulso – como o cachorro tão querido na montra de uma loja de animais num centro comercial -, evitando que o potencial comprador veja os cachorros e os seus restantes exemplares no ambiente em que vivem normalmente. São os chamados “
puppy mills” ou “
fábricas de cachorros”. Em Portugal serão uma minoria dos casos, mas a fonte mais frequente dos cachorros vendidos em lojas.
A grande maioria dos cães criados provêm de “simples” donos de fêmeas em idade reprodutiva, pessoas que, sem terem necessariamente intenções de lucro, fazem criação por uma grande variedade de razões (desculpas?) – porque querem ter um filho da sua cadelinha tão linda, porque ainda está enraizada a ideia que todas as cadelas devem ter pelo menos uma ninhada na vida (ou que todos os cães devem cruzar pelo menos uma vez), porque têm um cão de raça pura e como tal devem criar, quanto mais não seja para “recuperarem” o dinheiro que gastaram nele, porque as crianças devem poder ver o “milagre do nascimento”, porque não controlaram a sua cadela no cio e ela acasalou com um cão, etc., etc. São pessoas normalmente bem-intencionadas, ou pelo contrário sem quaisquer cuidados com o maneio reprodutivo das suas fêmeas não castradas, que se limitam a juntar uma cadela com um cão, sem grandes preocupações com o que estão a produzir ou o destino ou saúde dos cachorros nascidos, desde que sejam entregues a quem “prometa estimar”. Em muitos casos, os cachorros são dados ou vendidos a baixo preço, logo após o desmame, enquanto ainda estão fase “fofinha”, sem cuidados sanitários (vacinas, desparasitações) de forma a não terem gastos com eles. Este tipo de criadores são frequentemente designados por “
backyard breeders” (literalmente, “
criadores de fundo de quintal”).
Finalmente há também os
verdadeiros Criadores, aqueles efectivamente dignos desse nome, com “C” maiúsculo – os que criam com um objectivo definido, que se preocupam em melhorar a qualidade morfológica e funcional da raça, que se preocupam em reduzir a incidência de problemas a nível de saúde, genético e/ou comportamento que possam existir na raça. São pessoas que procuram conhecer ao máximo a sua raça e os exemplares existentes, de forma a procurar a melhor combinação possível para atingirem os seus objectivos, mesmo que seja necessário recorrer a animais que não os seus próprios. São pessoas que antes de criar procuram aferir a qualidade dos seus exemplares, que fazem despistes de saúde e genéticos para minimizar o risco de transmissão de problemas à descendência; que fazem um controlo reprodutivo das suas fêmeas, respeitando períodos de repouso e recuperação entre ninhadas, e planeiam antecipadamente as ninhadas. E são pessoas que avaliam os potenciais interessados em adquirir um dos seus cachorros, de forma a tentarem aferir se são compatíveis com a raça e personalidade de cada um dos animais criados (e recusam a venda a alguns interessados, se necessário), que procuram acompanhar o desenvolvimento de cada exemplar nas suas novas casas, estando disponíveis em qualquer altura para dar apoio aos donos, retomando ou ajudando a encontrar um novo lar, se necessário, qualquer exemplar por si criado em qualquer altura da sua vida. Serão talvez uma minoria no mar de produtores de cachorros, mas são estes os criadores que este artigo irá abordar prioritariamente.
Qual o preço do cachorro?
Esta é a pergunta mais frequente que um criador ouve. É frequentemente a
única pergunta que o criador ouve. Que a pergunta ocorra é óbvio e é de facto um factor a ponderar na aquisição de um cão. Mas que seja a única? Ou efectivamente a mais importante?
Quando pretende adquirir um carro novo, não entra no primeiro stand que vê e diz ao vendedor “Quero um carro azul. Quanto custa?”, pois não? Irá decidir que tipo de veículo necessita, comparar as características técnicas dos automóveis de várias marcas dentro da gama que pretende, e só depois de ter ideia do que quer irá comparar os preços para as marcas e modelos pré-seleccionados, e em vários stands, certo? No entanto, quando se pretende adquirir um ser vivo que irá ser parte integrante da nossa vida durante 10 a 15 anos, a maior parte das pessoas apenas parece preocupar-se com o preço, sem procurar conhecer as “características técnicas” do animal. Tal como os criadores não são todos iguais, o potencial de cada cachorro, e os cuidados que lhe foram prestados, variam.
Nos numerosos sites de anúncios grátis existentes na net, é comum encontrar cachorros à venda por valores irrisórios. Quando se pergunta a um criador sério quanto custa um cachorro da mesma raça, obter-se-á um valor nitidamente superior. Porquê a diferença? Há razão para comprar um cachorro mais caro quando se encontram mais baratos? Sim! E há motivos quer a curto quer a longo prazo. Criar um cachorro adequadamente, de forma a dar-lhe o melhor início de vida possível, não é barato. Há que considerar a ração de boa qualidade e adequada à idade e estado fisiológico que deve ser dada à mãe e às crias após o desmame, os suplementos (vitaminas, minerais) quando necessários, as desparasitações regulares e frequentes que devem ser feitas a cada um dos bebés e à mãe, as vacinas, os brinquedos para estimulação física e mental… isto sem sequer contabilizar o tempo despendido pelo criador a assegurar-se que o parto corre da melhor forma, que os cachorros mamam adequadamente, a socializa-los e habituá-los a várias situações que irão encontrar na sua vida futura, etc..
Claro que se pode ver aqui várias formas de poupar dinheiro e vender cães baratos – com uma ração de baixa qualidade, que não cobre adequadamente as necessidades especais dos animais nesta fase, não efectuando vacinas e desparasitações, vendendo os cachorros logo após o desmame, para não incorrer nos gastos da sua alimentação, etc.… Naturalmente, isto tem consequências a nível da saúde actual e futura do cachorro. Enquanto está a mamar, a cria recebe anti-corpos da sua mãe através do leite, mas no desmame essa protecção termina, apenas sendo recuperada com uma vacinação adequada. Se o cachorro mudar de família logo após o desmame, isso irá ocorrer numa situação em que as suas defesas estão significativamente reduzidas, pelo que tem um risco aumentado de contrair doenças na sua nova casa, um ambiente novo potencialmente com riscos que não existiam no local onde nasceu. Algumas doenças adquiridas nesta idade são fatais ou deixam sequelas para o resto da vida!
A longo prazo, também a nível comportamental é um risco adquirir um cachorro de tão tenra idade. Ao longo do crescimento do cachorro, ele passa por diferentes fases de desenvolvimento não só físico como psicológico. Entre as 3 e as 12 semanas, ocorre o que é designado como “período de socialização”, em que aprende as regras de comportamento primeiro com outros cães e depois com outros animais e pessoas. Um cachorro que saia demasiado cedo de perto da sua mãe e irmãos para uma nova casa não terá ocasião de aprender as regras de comunicação e etiqueta caninas, e tem riscos acrescidos de, por essa razão, vir a ter problemas futuros no relacionamento com outros cães e pessoas.
Um criador sério irá recusar-se a vender um cachorro antes dos 2-3 meses de idade. Desta forma, poderá proceder a um correcto plano de desparasitação e primo-vacinação, procurando assegurar que quando o cachorro sai tem já as defesas necessárias para resistir às “agressões” do novo ambiente (mas é fundamental que o novo dono complete o plano para uma protecção adequada). Este período passado com o criador permite também que o cachorro adquira os elementos básicos da interacção social com outros cães e pessoas e permite que comece a ser feita uma socialização a diversos tipos de situações, que deverá depois ser continuada pelo novo proprietário.
Há mais para além do preço
Se está a ler este texto é porque tem,
a priori, um interesse em cães superior à média da população e irá esforçar-se por ser um bom dono para um cão que venha a adquirir. Tendo já noções básicas do que é necessário para ter um cão, ou experiência prévia, é natural que a sua principal preocupação quando for adquirir um cão seja o seu preço. Mas o criador que irá contactar não o conhece! Quando é contactado e apenas lhe perguntam pelo preço, a ideia que é transmitida por vezes é apenas a de que estão à procura de um cão o mais barato possível, o que é deveras desencorajante para quem procura a melhor casa possível para os seus cães.
Adicionalmente, há mais factores a considerar quando se adquire um cão, que fazem com que o preço de compra acabe por ser um factor secundário no cômputo geral.
Pode (e deve!), por exemplo, perguntar-se sobre as patologias existentes na raça, e o que é que o criador está a fazer para tentar minorar o seu efeito. Quando se compra um cachorro cujos progenitores tenham feito testes de despiste para as principais doenças que afectam a sua raça, e apesar de tal não ser uma garantia que o cachorro será indemne delas, pelo menos tem-se uma ideia de qual o real risco de vir ou não a ser afectado; um cachorro proveniente de animais não testados é sempre um “tiro no escuro”, uma lotaria em que não se sabe o que se está a adquirir.
Deverá pedir-se para ver os cachorros e a progenitora da ninhada (por vezes o pai não pertence ao criador, pelo que poderá não estar presente) e tentar avaliar se os cachorros parecem estar em boas condições físicas e comportamentais – com pelo brilhante, olhos limpos, activos e brincalhões, etc. Se o criador recusar, desconfie e inquira; se é certo que em cachorros de tenra idade o manuseamento por estranhos pode ser um risco de saúde, depois de os cachorros estarem adequadamente vacinados esse risco é mínimo.
Questione o criador sobre o que lhe passar pela cabeça que possa ser relevante; um criador sério estará disponível para responder e educar potenciais interessados. Esteja também preparado para que o criador lhe coloque questões, de forma a aferir se a raça e algum indivíduo em particular é ou não adequado para si. Afinal, um S. Bernardo de 70 kg talvez não seja a escolha ideal para a nossa frágil avó de 70 anos; um Pug certamente não será o mais indicado para o jovem dinâmico que gosta de correr 20 km todos os dias na companhia do seu cão; um terrier escavador não será perfeito para quem gosta de ter um jardim imaculado.
E, muito importante, visite vários criadores antes de tomar uma decisão! Converse com eles, questione e responda às perguntas, forme a sua opinião e decida de forma informada. Lembre-se que o preço que pagará pelo seu cachorro inclui não apenas o seu custo no momento, mas também todo o apoio que o criador disponibilizará ao longo da vida do animal.
Tem cachorros disponíveis?
Esta é normalmente a 2ª pergunta mais comum ao criador, quando se chega à fase da 2ª pergunta. Também por razões óbvias. A pessoa sabe que quer adicionar um companheiro de 4 patas à sua vida, por isso quer fazê-lo quando tomou essa decisão. Porém, essa não é necessariamente a melhor via!
Um criador normalmente não tem cachorros sempre disponíveis, tê-los á quando achar que encontrou uma combinação de progenitores que lhe permitirá chegar mais perto dos seus objectivos. No caso de possuir numerosos exemplares, isso talvez lhe permita gerir as suas fêmeas de forma a efectivamente ir fazendo várias ninhadas ao longo do ano, se o desejar e tiver uma procura adequada. No entanto, caso tenha poucos exemplares, as suas ninhadas serão mais espaçadas no tempo, haverá períodos em que não vai ter jovens disponíveis.
Caso se trate de uma raça relativamente popular, haverá certamente criadores responsáveis em número suficiente para que, com um pouco de pesquisa, o futuro proprietário encontre um criador que lhe agrade com cachorros disponíveis. No entanto, no caso de raças mais raras, com poucos criadores, a probabilidade é a de não encontrar cachorros disponíveis quando a pessoa se lembrou que quer um. Nesse caso, o ideal é a pessoa inscrever-se na lista de espera do criador, aguardando que este tenha uma ninhada disponível. Isto irá dar-lhe uma maior hipótese de vir a ter o cachorro desejado, até porque muitos criadores apenas criam quando têm boas casas asseguradas para os seus cachorros.
Beneficie deste período para ir conversando com o criador, colocar todas as dúvidas e questões que lhe ocorrerem e ir preparando com calma e tranquilidade a chegada do seu novo companheiro. Aproveite também para ponderar seriamente se é a altura certa para adquirir um ser vivo que irá requerer cuidados e atenção constantes durante 10 ou mais anos. Vivemos numa sociedade de consumo e gratificação imediatos, em que adquirimos bens sem ponderar seriamente se necessitamos deles e o que faremos com eles no futuro. Um animal não é um peluche ou playstation que podemos deixar numa prateleira quando nos fartamos dele!
Um cachorro para oferecer?
O Natal é tradicionalmente uma das alturas em que há mais procura por cachorros. Há quem ache que é o presente ideal, quem queira oferecer um cão ao(à) cônjuge, a um familiar, ou mesmo a um amigo. Também é comum quem queira oferecer um cachorro ao filho, porque há meses que faz birra que quer um, ou porque teve boas notas no primeiro período, ou para “ensiná-lo a ser responsável”… No entanto, sob o ponto de vista de um criador sério, o Natal é uma das épocas do ano mais problemáticas! É uma das alturas em que mais difícil separar o trigo do joio em termos de potenciais casas para cada um dos seus cachorros. Isto porque normalmente oferecer um cachorro de surpresa a alguém dá maus resultados. A aquisição de um ser vivo deve ser um acto bem ponderado, em que todos os envolvidos devem ter participado da decisão e estar de acordo. Caso contrário corre-se o sério risco de não haver tempo ou vontade para cuidar dele de forma adequada, se perder o interesse pela “novidade”, etc., levando ao aumento do abandono pouco tempo depois do Natal.
Um exemplo clássico é a aquisição de um cão para “dar responsabilidade à criança”. O princípio é muito bonito, mas o que acontece quando o jovem regressar às aulas e deixar de ter tempo disponível para o cão? Ou quando passar a novidade ou o cachorro crescer, e o seu filho perder o interesse no cão, como acontece sobretudo com crianças mais novas (ou adolescentes que subitamente encontram outros interesses na sua vida)? Se os pais não tiverem assumido previamente que a responsabilidade final do cuidado pelo animal recai sobre eles, mais cedo ou mais tarde é provável que ele seja abandonado. Que responsabilidade se está então a ensinar aos jovens? Que quando se perde interesse, é legítimo abandonar um ser vivo?
Também sob o ponto de vista do próprio cachorro, a época festiva não é a mais adequada para mudar de casa. O canito já está a passar pelo choque de subitamente se ver sem tudo aquilo que conhecia e num ambiente estranho. Um ambiente que, neste período é tipicamente de grande agitação, com as férias escolares, a família e amigos em casa, etc., quando o que ele precisa é de tranquilidade para se ambientar à nova casa e se desenvolver de forma equilibrada. E quando ele finalmente se começa a acostumar à sua nova vida, eis que tudo muda novamente – as férias acabam e as crianças regressam às aulas, os adultos ao trabalho, e o ambiente altera-se novamente. Será preferível aguardar por este período pós-festas para acolher o cachorro, de forma a que faça uma integração suave no que é o ritmo normal ao longo do ano da sua família de acolhimento.
Se efectivamente ficar acordado oferecer um cachorro no Natal, se a decisão for tomada de forma responsável, com o acordo de todos os envolvidos e do criador, porque não, em vez de sujeitar o cachorro a esta época confusa, elaborar com o criador uma espécie de “pacote de boas-vindas” para quem irá receber o cão, a oferecer no Natal em vez do cão, como preparação prévia para ir buscar o cachorro em melhor ocasião?
Adopte, não compre?
Sendo o Natal uma altura em que a aquisição de cães é tradicionalmente superior, as campanhas de adopção responsável de cães abandonados são também mais visíveis. Frequentemente o lema escolhido é algo nas linhas de “adopte, não compre” ou “cada cão comprado é um cão num canil que é abatido”. Mas isto não será um pouco de chantagem emocional?
Frequentemente o público que procura um cão de raça a um criador é algo diferente do que adopta um cão de um refúgio. Enquanto que este último “apenas” (sem qualquer sentido perjorativo!) procura um fiel companheiro, quem procura um cão de raça tipicamente fá-lo porque deseja encontrar um certo número de características físicas e comportamentais que são mais fáceis de encontrar um cão de raça do que num sem raça definida, devido à selecção efectuada que leva a que as características sejam substancialmente mais previsíveis num cachorro de raça. (1)
De qualquer forma, apesar de um cachorro comprado potencialmente até poder significar, no imediato, que um cão abandonado não será adoptado, as consequências a longo prazo poderão ser diferentes. Quando se adquire um cachorro a um criador sério, está-se ao mesmo tempo a assegurar um acompanhamento ao longo da sua vida, o criador está disponível para ajudar o proprietário no que puder, inclusive para retomar o cão se tal for necessário; diminui-se assim grandemente o risco do exemplar ser abandonado mais tarde. Quanto maior for a proporção de exemplares adquiridos a criadores empenhados, vs. puppy mills ou criadores de fundo de quintal, menor será a probabilidade de virem a acabar abandonados.
Faça o seu trabalho de casa!
Há alguns anos atrás, poderia ser difícil, para quem não estava no meio da canicultura, saber como encontrar um criador de determinada raça e o que procurar num cachorro. Hoje em dia, com o papel preponderante da internet nas nossas vidas, com meios de comunicação especializados disponíveis ao grande público, essa tarefa simplificou-se consideravelmente. Despenda tempo a pesquisar a raça que escolheu (e seja objectivo quanto à origem da informação consultada!!), visite vários criadores e converse com eles, mesmo que não esteja a planear adquirir já um exemplar - é fundamental saber se a sua escolha se adequa ao seu estilo de vida e personalidade, é importante encontrar um criador em quem possa confiar e sentir que irá ter apoio sempre que necessitar, em qualquer fase da vida do animal. Fundamentalmente, use o seu bom-senso e espírito crítico e não caia na armadilha da gratificação imediata. Um animal na nossa vida é uma grande responsabilidade, exige tempo e dedicação ao longo de anos, não irá permanecer cachorro pequenino e fofinho durante muito tempo. Esta é provavelmente uma das decisões mais importantes que irá tomar na sua vida! Certamente quererá tomá-la dispondo do máximo de informação possível, certo?
E já agora, depois de adquirir o seu cachorro, procure manter um contacto regular com o criador. Ele deixa um pouco de si em cada cachorro que entrega, e também gostaria de ter notícias deles, saber que se está a desenvolver bem (ou não) e que ele e a sua família estão felizes!
(1) Em Portugal, ainda não são comum os “breed rescues”, grupos que se dedicam à recolha e re-alojamento de cães abandonados de uma dada raça ou grupo de raças