domingo, 23 de dezembro de 2012

Season's Greetings / Festas Felizes !

Everyone - 4 and 2 legged - @ Aradik wishes you a Merry Christmas and a Very Happy New Year! :D

Todos nós - com 4 e 2 pernas - no canil Aradik vos desejamos um Feliz Natal e um Óptimo Ano Novo! :D







sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Farrusco (Ch Port Adágio)

(clique aqui para a versão portuguesa)

One year yesterday I lost a piece of my soul…

I had dogs die on me before, of old age, by accident… but nothing like what happened to Farrusco… One year yesterday I had to put my soul mate to sleep…
After 2 months of fighting an intestinal disease, the realization that he would not get better made me take one of the hardest decisions of my life, and do what was best for my dog…

Almost two years ago I wrote this post about 3 of the dogs who had a major impact on my life, whether personal or professional. Naturally, we seldom talk about those who are still among us, and this is no exception.
Farrusco (Ch Adágio) was without a shadow of a doubt one of the dogs of my life, and the Barbado da Terceira of my life!

It feels like it was yesterday I picked him up at the airport, straight from Terceira Island. After 3 nerve wrecking hours when nobody knew where he was (airport services had sent him to the passengers terminal instead of the cargo terminal, where he should be as he was travelling alone), I finally got him. I go to the terminal parking lot, open his crate and the puppy – barely 2 months old, this tiny dog – comes out, shakes, looks at me with a confident expression “are you do one taking care of me? Ok!” and calmly starts walking about and sniffing car tires. I call him “puppy” and he, still nameless and having never seen me before, comes running to me!

He had a strong character, one of the strongest I’ve seen in the breed! On his first night at the city, this tiny country dog lunges at a neighbour’s Husky and tries to bite the ankles of my next door neighbour, who hates dogs! On the next day, Christmas day, he finally went to the farm where he lived most of his live. It took him one week to act submissive towards the 7 large Estrela Mountain Dogs that were loose in the yard! But from that moment on, he realized it wasn’t his job to try to be the boss, and relaxed! And he learned to be a puppy… for the rest of his life!
When I got Farrusco, he had the deep look of an old wise dog. As he grew up, he gradually changed to a much younger and playful expression!

He became an extremely well-balanced dog, to whom I never had to formally teach anything. He knew what I wanted even before I knew it, and did it immediately with a smile on his face.

He was an amazing natural guard, who knew when to work and when not to. He actually prevented strangers from entering the farm – when they took advantage of a moment when I was switching the dogs loose on the yard to open the gate and enter. Fortunately, they had the good sense of stopping when they saw this big black shadow running full speed towards them. Then, he also stopped, sitting in front of them barking (with a Clint Eastwood-like expression “Come on, move! Make my day!”). When I finally got to the dog and people (whom we had never seen before), talked to them and let them in, Farrusco immediately changed from an active guarding mode to… trying to jump on their laps to be petted!
That’s the type of dog he was – he’d work when needed to, if I was around he’d relax into a lap dog who only wanted to be cuddled!

Farrusco has his spot in the history of the Barbado da Terceira as the breed’s first Champion of Portugal. But that for me is a mere detail of his life history.
He gave me two of what I consider to be the best Barbados I’ve bred, and his genes live on on his children and grandchildren. That’s a bit more than a detail…
But more than anything…

He was my first Barbado da Terceira, after I fell in love with the breed some years before…
He was present at some of my best moments, and some of my worst…
And, more than anything, he was truly my soul mate… And that is something no one will ever take away from us!

Miss you so!...

Farrusco (Adágio, Ch Port)

(click here for the English version)

Fez ontem um ano que perdi um bocado da minha alma…

Já me tinham morrido cães antes, por velhice, por acidente… mas nada como no caso do Farrusco… Fez ontem um ano que tive de por a minha alma gémea a dormir…
Depois de 2 meses de luta intensa contra uma doença intestinal, a percepção que não iria melhorar levou a que tomasse uma das decisões mais difíceis da minha vida, e fazer o que era melhor para o meu cão…

Há quase 2 anos escrevi este post sobre 3 dos cães que marcaram a minha vida, quer pessoal quer profissional. Obviamente, raramente fazemos um elogio aos que estão entre nós, e este caso não é excepção.
O Farrusco (Ch Adágio) foi sem sombra de dúvidas um dos cães da minha vida, e o Barbado da Terceira da minha vida!

Parece que foi ontem que o fui buscar ao aeroporto, vindo da Terceira. Ao fim de três intermináveis horas em que ninguém sabia onde o cão andava (os serviços aeroportuários enviaram-no para o terminal de passageiros em vez do terminal de carga, como devia pois viajava sozinho), finalmente recebo-o. Vou para o estacionamento do terminal, abro caixa transportadora, o cachorro – 2 meses mal feitos, meio palmo de cão – sai da caixa, sacode-se, olha para mim com uma expressão confiante “és tu que vais ficar comigo? Está bem!” e começar descontraidamente a passear e a cheirar os pneus dos carros. Eu chamo-o “bebé”, e ele, ainda sem nome e sem me conhecer de parte nenhuma, vem logo aos pulos para ao pé de mim!

Era um cão de carácter forte, dos mais fortes que já vi na raça! Na primeira noite que passou na cidade, ele que era cão de campo, atirou-se ao Husky de um vizinho e foi aos calcanhares do meu vizinho do lado, que detesta cães! No dia seguinte, dia de Natal, foi finalmente para a quinta onde viveu uma boa parte da sua vida. Demorou uma semana a submeter-se a 7 Serras da Estrela adultos que andavam à solta! Mas a partir desse momento, percebeu que não era ele que tinha de tentar mandar, e relaxou! E aprendeu a ser cachorro… para o resto da sua vida!
Quando o Farrusco chegou às minhas mãos, tinha um olhar profundo de cão velho e sábio, de quem já viu muito. Ao longo do seu crescimento, foi gradualmente mudando para uma expressão cada vez mais jovial e brincalhona!

Tornou-se um cão extremamente equilibrado, ao qual nem nunca foi preciso ensinar nada formalmente, ele sabia o que eu queria dele ainda antes de eu o saber, e fazia-o de imediato e com um sorriso na cara.

Era um guardião fantástico e natural, que sabia quando tinha de trabalhar e quando não precisava de o fazer. Chegou efetivamente a impedir que estranhos entrassem na quinta – quando aproveitaram um momento em que estava a trocar os cães à solta para abrir o portão e entrar. Felizmente, tiveram o bom senso de parar quando viram um vulto preto a correr a toda a velocidade para eles. Aí, ele também parou sentado à frente deles, a ladrar (com uma expressão um pouco à Clint Eastwood, “Vá, mexe-te! Faz o meu dia!”). Quando finalmente cheguei ao cão e às pessoas (que nunca tínhamos visto antes), falei com elas e as deixei continuar a entrar, o Farrusco de imediato mudou de um modo de guarda ativo para… tentar saltar-lhes para o colo a pedir festas!
Era o tipo de cão que ele era – trabalhava quando preciso, se eu estivesse presente relaxava para cão de colo que só queria festas!

O Farrusco ganhou o seu lugar na história do Barbado da Terceira por ter sido o primeiro Campeão de Portugal da raça. Mas esse facto para mim é um mero detalhe na sua história de vida.
Deu-me dois dos que considero serem dos melhores Barbados que já criei, e os seus genes perduram nos seus filhos e netos. Isso é um pouco mais que um detalhe…
Mas mais que tudo…

Foi o meu primeiro Barbado da Terceira, após me ter apaixonado pela raça uns anos antes mas não ter antes condições para ter um…
Este presente em alguns dos meus melhores momentos, e em alguns dos piores…
E, sobretudo, foi verdadeiramente a minha alma-gémea… E isso nunca ninguém lhe há-de tirar!

Saudades!...